A política é uma actividade porca, suja e mesquinha que vive de atitudes rascas e golpes baixos? Não é! Os políticos é que são porcos, sujos e mesquinhos que vivem de atitudes rascas e golpes baixos. Uma coisa é a roupagem que vestem quando aparecem em público a falar do povo, do País, dos mais desfavorecidos, dos direitos dos cidadãos, da democracia, da ética republicana e outros chavões e mais um par de botas; outra é a intimidade partidária feita de luta pelo poder, pela visibilidade, pela imagem de dedicação e desinteresse, e por impudícia, sofreguidão por benesses, honrarias e popularidade, pelo "leitinho" do poder, em suma.
Não enganam ninguém porque o povão sabe que eles são assim, eles sabem que o povão sabe e o povão sabe que eles sabem mas não se importam, desde que a populaça se mantenha mansa.
Ser político é isto. Tanto faz chamar-se Joaquim, José, Fernando, ou Ezequiel — uma tropa que temos de aturar porque quem não é como eles afasta-se. Hoje, uma carreira na política faz-se às cotoveladas e a golpes de sacanice. Casos como Ramalho Eanes, por exemplo, são a excepção que confirma a regra — o resto é quase tudo trampa.
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Nota: O desabafo é explicado pelas críticas a que se assiste depois de Passos Coelho ter assumido e pedido desculpa por um erro político. Críticas dos que, provavelmente, por incúria e incompetência, são responsáveis por uma tragédia sem precedentes em Portugal.
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