quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

CHINA - O PREÇO DO "PROGRESSO"

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A China está a mudar, embora não se possa dizer se para melhor ou pior. Pequim tem 22 milhões de residentes e, nos anos 80, 60% dessa população deslocava-se de bicicleta entre a casa e o trabalho. Actualmente esta percentagem é apenas de 18%. O número de automóveis subiu em flecha e o trânsito está caótico, não engarrafado, mas bloqueado, literalmente. A Câmara Municipal decidiu tomar medidas para 2011 e, pela voz do vice-secretário geral, anunciou que no próximo ano só serão concedidas 240.000 novas matrículas a veículos motorizados: 88% a particulares, através de sorteio, e 12% a instituições várias. O progresso económico melhorou alguns problemas e criou outros, um dos quais se alimenta a ele mesmo: o da motorização crescente da população. Com o aumento do número de automóveis em circulação, o trânsito de bicicletas é hoje muito complicado, o que aumenta a procura de carros, com consequente agravamento da situação. Por outro lado, a mudança de comportamentos, paralela à abundância relativa, fez subir o roubo de bicicletas e tornou-se uma praga. Por tais razões, o negócio de aluguer de bicicletas, agora privatizado, está falido.
A população pede ao município para tratar do parque de bicicletas de aluguer e crie locais vigiados para as estacionar. Entretanto, vai correndo em massa a comprar carros antes do fim do mês para fugir aos problemas que aí vêm com o novo ano, não vá o diabo tecê-las e não conseguirem uma matrícula. Somos todos diferentes e todos iguais!
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