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Segundo a imprensa de hoje, o Ministério das Finanças recebeu na passada semana, do Conselho de Administração do Banco Português de Negócios (BPN), um pedido de aumento de capital no montante máximo de cerca de 500 milhões de euros. O Ministério diz que se trata de aumento de capital, sem o qual os rácios prudenciais que o Banco de Portugal impõe não são cumpridos. Um buraco que quanto mais terra leva, maior fica!
A nacionalização do banco foi feita num tempo em que a falência criava eventualmente risco de corrida aos depósitos. Hoje diz-se que não, embora prognósticos depois do jogo interessem pouco e contribuam para resolver zero. Mas uma coisa pode ajudar a resolver um nadinha: saber qual a responsabilidade criminal dos gestores que criaram a situação. E se existiu, foi seguramente, ou de má fé, ou de negligência relativamente às normas da boa gestão, porque viviam no reino da impunidade plutocrática. E esses gestores estão aí, alguns bem acomodados e no quentinho da abundância, enquanto os contribuintes não param de injectar dinheiro naquela cangalhada que arruinaram antes de se porem ao fresco. Dizem não ter nada, mas têm: a Justiça é que gosta de ser enganada, ou deixar ser.
Não resolverão tudo os bens desses peraltas, mas alguma parcela poderá ser abatida ao deve do deve e haver. Madoff foi para a cadeia, a fortuna que amealhou nas trapalhices que fez não cobriu, nem de perto, os danos causados - mais de 65 mil milhões de dólares - mas o seu património foi confiscado e distribuído em compensações e outras operações de reparação das patifarias feitas. Como é possível ser verdade o que corre pela Net de que um ex-administrador da Sociedade Lusa de Negócios, proprietária do BPN, está principescamente instalado em Cabo Verde, sem prestar contas sobre o modo como amealhou tanto dinheiro que deixou de possuir de repente, sem dar um punhado de terra para tapar o buraco que abriu, e os contribuintes transpiram para fechar, pela mão douta e sapientíssima do Prof. Teixeira dos Santos?
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