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Na Assembleia-Geral da Associação Sindical dos Juízes, estes deliberaram «participar de forma maciça na próxima cerimónia de abertura do ano judicial, marcando encontro conjunto à porta do Supremo Tribunal de Justiça uma hora antes do início do evento, demonstrando, assim, de forma digna e respeitosa, a sua preocupação com as consequências negativas que resultam para os cidadãos das intervenções do Governo na área da justiça».Não é preciso dizer muito sobre esta patética notícia: a simples transcrição basta para nos sentirmos húmidos, ou seja, com a fralda molhada.
Os juízes são braços de um órgão de soberania, o poder judicial. E fazem manifestações na via pública, à porta do Supremo Tribunal de Justiça, como já nem os cantoneiros dos serviços de limpeza, vulgo “almeidas”, fazem à porta dos Paços do Município.
A democracia é coisa boa: todos iguais - isso mesmo! Se os juízes querem manifestar-se na via pública, eventualmente vestindo togas e mostrando às câmeras da televisão o cartão de identificação de magistrados, acho mal, ou péssimo, mas podem, acho eu. Têm esse direito. Mas também tenho o direito de ter medo de ser julgado por tal tropa que assim se comporta.
“Consequências negativas que resultam para os cidadãos das intervenções do Governo na área da Justiça”? Não nos façam gargalhar! Alguém neste País abençoado faz manifestações em nome das consequências negativas que resultam para os cidadãos das intervenções do Governo em qualquer área? A área, neste caso, nem sequer é a grande área: é a pequena área, que protege o guarda-redes, perdão, o juiz.
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