sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

HÁ SEMPRE ALGUÉM QUE DESCAI

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Está explicado como foram possíveis as fugas que levaram ao escândalo Wikileaks. Conta-se em duas linhas. Na sequência do 11 de Setembro, verificou-se que os atentados não foram previstos por falta de complementaridade entre os vários serviços de informações dos Estados Unidos. Se dados de umas agências tivessem sido cruzados com os de outras, ficava claro que os atentados às torres gémeas e outros alvos iam ocorrer. Num esforço louvável, foi criada uma base de dados com informações de múltiplas origens, incluindo o Departamento de Estado, que podia ser consultada por uma multidão de pessoas, desde aquele departamento, até aos serviços de informação militares. O controlo da segurança num serviço com tão alargado acesso era complicado e falhou por incompetência dos funcionários diplomáticos que não classificaram correctamente múltiplos documentos enviados das várias embaixadas para Washington. Foi assim possível que um simples soldado dos serviços de informação do exército, em serviço no Iraque, acedesse e gravasse em CD 250.000 despachos diplomáticos que só deviam ser conhecidos por número restrito de pessoas.

Não é fácil compartilhar informação com a reserva adequada. Muita complementaridade permite análises mais precisas, mas arrasta consigo a possibilidade de fugas incontroladas. O caso Wikileaks aí está para o demonstrar.
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