Sei que o general está habituado a lidar com grandes números, a começar pelo número de homens que comanda; mas não deixo de ficar deslumbrado com o volume de correspondência trocado entre os dois, agora sob observação dos investigadores do Departamento da Defesa: mais de 30 mil páginas de e-mails! É muito e-mail!
O general diz que não há nada de errado na referida
correspondência e está tranquilo. Em todo o caso, embora se diga que grande parte
dos conteúdos é "mastigação" dos mesmos temas, ainda assim tem de se
duvidar se o general dedicava tempo adequado às suas funções pois, com tanto e-mail,
devia estar em full-time a catrapiscar. Já
tinha idade para ter juízo.
No meio desta trapalhada amoroso-castrense, aprendi uma
coisa. Para trocar correspondência electrónica confidencial entre duas pessoas,
cada uma abre uma conta anónima no Gmail e têm os dois os dados para fazer o
login do outro. Então, quando um escreve uma mensagem, não a envia, mas
guarda-a nos rascunhos. O outro, como pode entrar na mesma caixa do correio,
vai lá e lê o que está nos rascunhos—o conteúdo não circula na Net:
malandrice!...
E há mais: as contas são abertas com endereços de e-mail
transitórios, que duram apenas 10 minutos: é o serviço de e-mail descartável. Não
digo como se faz, caso contrário, ficam
a saber tanto como eu.
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