terça-feira, 6 de novembro de 2012

O RELVAS PIM

.

Por várias razões, a licenciatura em Ciência Política de Miguel Relvas não me faz chorar nem rir: é mais como entrar em coma.
Os estudos políticos não são uma ciência. Toda a gente sabe isso, incluindo os pobres esperançosos que ainda acreditam que, um dia, possa ser, como a economia, uma "ciência sorumbática" - outra dismal science, na expressão de Carlyle.
Mas o não-dr. Relvas não tirou curso nenhum. Por muito mau que seja o curso de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade Lusófona (UL) se o o não-dr. Relvas o tivesse tirado, não só seria dr. Relvas, como seria, com certeza, menos ignorante.
Ao licenciá-lo, a UL, de uma só cabeçada, faz pouco do ensino superior, da ciência política, do Curso de Ciência Política na UL, das licenciaturas da UL e de todos os que já se licenciaram e vão licenciar-se na UL.
É como se uma zebra se apresentasse a uma universidade, como zebra, com experiência de zebra, para ter direito a ser licenciado como zoólogo.
É confundir o ser o que ele é com quem estuda o que ele faz.
Por muito legal que seja, a equivalência insulta a licenciatura universitária:
estudar é estudar livros e autores, num ambiente de estudo, sob a orientação de professores.
A UL fez, como dizem os americanos, cocó no local onde come.
É um incitamento a não estudar, a ir para a vida e vir buscar o canudo quando der jeito.
O não-dr. Relvas, entre outros, foi beneficiário - e vítima - disso.
Coitado; não aprendeu.
In "Público"
,
(Colaboração de J. Castro Brito)
.

Sem comentários:

Enviar um comentário