quinta-feira, 15 de novembro de 2012

UM PROBLEMA DE CREDIBILIDADE

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Ontem, na sequência da manifestação promovida pela CGTP em frente ao Parlamento, permaneceram no local centenas de cidadãos. A partir das 17H00, alguns dos presentes começaram a arremessar pedras da calçada e petardos contra a força policial que mantinha vedado o acesso à Assembleia da República. Uma hora e vinte minutos durou a situação, dizem os jornais. Às 18H20, a polícia—depois de anunciar que ia carregar sobre a multidão—avançou e dispersou os manifestantes. Tal operação, como era do conhecimento geral dos presentes, envolve violência e grande probabilidade de ser atingido por bastonadas, o que aconteceu. Quem as apanhou sabia que corria esse risco e teve oportunidade de abandonar o local. Também tinha tido oportunidade de promover a suspensão do apedrejamento e do lançamento de petardos.
Hoje a Amnistia Internacional de Portugal emitiu um comunicado em que acusa as forças de segurança de "recorrerem indiscriminadamente ao bastão, não só para dispersar, mas, também, para perseguir manifestantes que protestavam pacificamente, tendo atingido várias pessoas com violência, sobretudo na cabeça, no pescoço e nas costas".
Quanto ao recurso indiscriminado ao bastão, já conversámos. Quanto aos "manifestantes que protestavam pacificamente", a Amnistia Internacional Portugal melhor faria em ficar calada, pois todos viram as cenas na televisão.
A Amnistia Internacional tem um papel importante na defesa dos direitos dos cidadãos e, em razão directa disso, deve ter cuidado com as posições assumidas para manter a credibilidade que deve ter. Com posições como a de hoje as coisas complicam-se.

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