A Presidente do Conselho de Finanças Públicas, professora
Teodora Cardoso, disse recentemente que Portugal tem um problema de
credibilidade e é esse problema que teremos de resolver e nunca o resolveríamos
com o 'default' (incumprimento) da dívida. E acrescentou que não era possível ajustar o tipo de situação que o País tinha,
nem o nível de endividamento, sem austeridade. Mas, segundo a economista, a austeridade deve
estar virada para a despesa: "do lado da receita atingimos o que era
possível atingir". [...] No lado da despesa, há muito caminho".
Não é preciso ser economista para perceber a razão da
professora Teodora Cardoso. Se andamos à procura de encontrar financiamento
para a economia, não podemos dar mostras de que não pagamos o que devemos—ou
seja, que somos caloteiros. E para pagar, é preciso apertar o cinto, está bom
de ver. O problema é saber quem aperta o cinto: o Zé, ou personalidades e instituições
que continuam injustamente incólumes no olho da crise?
Falta coragem para ir buscar dinheiro onde ele se
encontra confortavelmente acumulado, frequentemente por meios pouco lícitos. E
falta compreensão para os cortes necessários na despesa pública, como se viu
recentemente com a reacção à diminuição do número de freguesias, e para cortes
noutros sectores que podem ser melhorados e tornados mais justos, incluindo o
chamado Estado Social.
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