Há ainda por aí alguns fósseis admiradores da Primeira
República, de que falam como se a sua implantação fosse a declaração de independência
dos Estados Unidos ou coisa parecida. Infelizmente, tudo aquilo foi um nojo.
Falo nisto porque ontem, Vasco Pulido Valente, com a credibilidade que se lhe
reconhece nessa matéria, publicou no
"Público" uma síntese—"hipersintética"—sobre os presidentes
dessa calamidade que dava pelo nome de República e a coisa é de estarrecer. Começa como segue:
Em 1911, a Assembleia Constituinte da República resolveu
que iria passar a ser a primeira assembleia legislativa do regime. Nada a
autorizava a isso, mas ninguém se importou. Afonso Costa não tinha ainda tomado conta do partido
“histórico”, que fizera o 5 de Outubro, e meia dúzia de facções andavam em
guerra para eleger—no Parlamento e no Senado—o seu Presidente.
Escolheram Arriaga, um velho meio senil e pouco esperto, supondo
que ele não incomodaria ninguém. Coisa em que, de resto, se enganaram. Antes de
se demitir, à força claro, andou aos trambolhões de uma ilegalidade para a outra e acabou por estabelecer
uma ditadura militar, depressa varrida pela Carbonária e pelos bombistas de
Afonso Costa. Bernardino Machado substituiu Arriaga, com a duvidosa legitimidade dessa
zaragata. [...]
O artigo de Pulido Valente, que tem apenas 438 palavras,
podia ser facilmente transformado em
poster para afixação em lugares públicos. Eventualmente, far-se-ia uma edição especial,
em pergaminho, para oferecer a algumas carcaças da Terceira República saudosas daqueles tempos.
Leia o artigo completo aqui.
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