Se olhar para uma bússola, sabe que uma das extremidades
do ponteiro está virada para Norte. Porquê? Porque o campo magnético da Terra está assim orientado. O polo
negativo está no Norte e o positivo no Sul. Então, a extremidade positiva da
agulha magnetizada da bússola gira para Norte e a negativa inversamente. Foi
sempre assim? Não: tempos houve em que o ponteiro positivo da sua bússola se
virava para Sul.
O campo magnético da Terra varia em intervalos de
milhares ou milhões de anos. A última vez que isso aconteceu foi há 780 mil
anos. Pode parecer conversa de encher chouriços, mas o estudo da sedimentação de
alguns materiais, que é condicionada pelo campo magnético, permite tirar
conclusões bastante precisas sobre o fenómeno.
O campo magnético terrestre modifica-se porque é
condicionado pelos movimentos de convecção do ferro no núcleo do planeta. Pode
haver pequenas deslocações dos polos magnéticos e há, de facto. Mas, volta não
volta, dá-lhes uma coisa e viram tudo de pernas para o ar. Estudos recentes
mostram que o processo não leva muito tempo—menos de 100 anos, ou seja, o
fenómeno pode ocorrer durante a vida de uma pessoa.
O campo magnético protege a Terra de raios cósmicos e de
partículas energéticas solares. As suas modificações implicam alteração desse
processo de protecção pelo que podem ocorrer mutações genéticas nos seres
vivos, incluindo o homem, com aumento, por exemplo, de tumores malignos. Para
não falar nas interferência que tem nos sistemas de orientação, navegação,
comunicação, distribuição eléctrica, rebabá. Uma espiga magnética!
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