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[...] Nunca
imaginei que os portugueses, lendários defensores do Estado, social ou outro,
levassem tão a mal o pagamento de impostos. Aliás, não acredito que o façam. É
do conhecimento geral que raras atividades alegram tanto o cidadão quanto a
entrega de metade dos rendimentos ao bem comum, traduzido, eu sei lá, em
"projetos de regime", investimentos nas "renováveis",
pavilhões "multiusos", apoios "culturais", subsídios a
instituições que alertam para o aumento da pobreza e, melhor que tudo, no
sustento de uma administração pública que todos apreciamos e que inclui a
simpaticíssima rapaziada das finanças. Se alguma vez aconteceu ali palavra
menos educada ou estaladão mais firme foi, não duvido, porque o
"utente" sentiu que não pagava impostos suficientes, privando-o assim
de patrocinar como gostaria a Fundação Mário Soares ou a nova rotunda iluminada
em Fânzeres.[...]
Alberto Gonçalves in "Diário de Notícias"
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