quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O COSTA NÃO VALE NADA

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Carmona Rodrigues foi autarca em Lisboa e é especialista—ou anda lá perto—em drenagem de águas pluviais. Na altura, apresentou um plano de drenagem para a cidade que foi aprovado quando já estava na oposição. É caro, mas não é inviável. E não é necessário fazer tudo de uma vez. Em sua opinião, as chuvas que caíram ultimamente não justificam o calvário a que se assistiu, com prejuízos enormes para os munícipes. Em Barcelona chove muito mais sem haver nada disto.
António Costa, ou seja "O Costa", declarou ontem do alto do púlpito autárquico que as cheias em Lisboa não têm solução, prontes. Se Costa o diz, é porque é verdade; especialmente se não se fizer nada para as evitar. Mas fazer não é bem o género de Costa. Costa é mais para falar—com voz de baixo, qual Adamastor, cum tom de voz horrendo e grosso, que parece sair do mar profundo.
Essa coisa de escavar e abrir buracos, remexer nas entranhas olisiponenses, sujar as mãos, não faz muito o seu género. Costa é mais para aplicar fundos camarários em instituições de elite intelectual, como a Fundação Mário Soares, ou a Fundação José Saramago. Aliás, o perfil típico do munícipe alfacinha é o de preferir molhar os pés a ser privado da extraordinária produção  cultural de tais instituições. Costa sabe. Costa é conhecedor profundo da psicologia olisiponense. Parafraseando Almada, e ainda há quem duvide de que o Costa não vale nada!
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