Carmona
Rodrigues foi autarca em Lisboa e é
especialista—ou anda lá perto—em drenagem de águas pluviais. Na altura, apresentou um plano de drenagem para a cidade que foi aprovado quando
já estava na oposição. É caro, mas não é inviável. E não é necessário fazer
tudo de uma vez. Em sua opinião, as chuvas que caíram ultimamente não
justificam o calvário a que se assistiu, com prejuízos enormes para os
munícipes. Em Barcelona chove muito mais sem haver nada disto.
António Costa, ou seja "O
Costa", declarou ontem do alto do púlpito autárquico que as cheias em
Lisboa não têm solução, prontes. Se Costa o diz, é porque é verdade;
especialmente se não se fizer nada para as evitar. Mas fazer não é bem o género
de Costa. Costa é mais para falar—com voz de baixo, qual Adamastor, cum tom de voz horrendo e grosso, que
parece sair do mar profundo.
Essa coisa de escavar e abrir buracos, remexer nas
entranhas olisiponenses, sujar as mãos, não faz muito o seu género. Costa é
mais para aplicar fundos camarários em instituições de elite intelectual, como
a Fundação Mário Soares, ou a Fundação José Saramago. Aliás, o perfil típico do
munícipe alfacinha é o de preferir molhar os pés a ser privado da extraordinária
produção cultural de tais instituições. Costa
sabe. Costa é conhecedor profundo da psicologia olisiponense. Parafraseando
Almada, e ainda há quem duvide de que o Costa não vale nada!
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