"Tavares admite integrar Governo liderado por Costa", leio num título do "Diário de Notícias". Porque, provavelmente, o leitor—ou leitora—não está a ver quem é Tavares, eventualmente a pensar que estou a falar de um restaurante, esclareço que é aquele senhor que nunca ri porque leva tudo muito a sério, incluindo ele próprio—sobretudo ele próprio—, que comeu o isco e cagou no anzol do Bloco de Esquerda para ser deputado europeu, despedindo-se do partido mas não do Parlamento, e que fundou uma coisa parecida com um partido político dita livre. Teve o extraordinário score de 2,8% nas últimas eleições europeias e ficou politicamente no desemprego, sendo agora só historiador e escritor.
Então, Tavares vê em Costa a boia de salvação política, pois
já percebeu que não vai a parte nenhuma pelo próprio pé. Interrogado no fim
do congresso do dito partido—onde Costa também falou—quanto à possibilidade de integrar um Governo liderado por este, foi
assertivo: "Sim, a resposta é sim".
Querias?!!!...—é caso para perguntar. Olha que Costa é o
Gandhi português e de truques e sacanice percebe baril. Para ele só serves para compor o retrato, em
caso de aflição. E se não gostares, não podes dar o golpe do isco e do anzol—levas
uma corrida em pêlo.
Mas sobre Tavares paira ainda a espada de Dâmocles, configurada
na maioria absoluta do PS. Tavares sabe disso e vai lançando avisos à navegação:
"Os portugueses é que decidirão se preferem, por outro lado, uma maioria
mais fiscalizada, com partidos que continuam a pôr a sociedade no centro do
debate." Isto é, caro leitor ou leitora: vote em Tavares para ter uma
maioria mais fiscalizada e a sociedade no centro do debate. Patético tudo isto.
No mínimo.
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