Sabia que há um estado, dito desterritorializado, apenas
com população? É o Estado dos Cavaleiros de Malta (não confundir com o Estado
de Malta), antiga ordem católica, com 900 anos de existência. É reconhecido
pelas Nações Unidas, onde tem assento, embora sem direito a voto. Falo nisto
porque se aproximam tempos em que haverá mais Estados sem território—alguns
países insulares cuja terra vai ser engolida pelo mar, não sem antes se tornarem
inabitáveis pela acção da água salgada. Por exemplo, Kiribati e Tuvalu, na
Polinésia, as Ilhas Malvinas e mais alguns.
Em relação a tais países, levanta-se outra dificuldade.
Mesmo que consigam arranjar território noutro local, não podem perder direito
às zonas económicas exclusivas actuais, habitualmente muito grandes porque são
constituídos por grupos de ilhas, cada uma com zonas económicas de 200 milhas de largura, de que dependem
economicamente de forma quase exclusiva, seja porque têm petróleo, seja pelos
recursos piscatórios.
Mas o maior problema tem a ver com encontrar novo
território. Alguns dos países referidos já tentaram negociar com a Austrália e
a Nova Zelândia, sem sucesso—uma e outra não vendem. Eventualmente, a solução passará pela absorção
dos povos, com partilha dos referidos recursos marítimos e, nesse caso, a nação
de acolhimento leva a parte de leão, está mesmo a ver-se. É chato ter povo, ter
nação, ter recursos económicos, ter bandeira, ter hino, ter governo e mais um
par de botas, e não ter sítio para pôr uma cama, uma mesa e um penico.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário