Leio no "Diário de Notícias" que o professor
Martelo criticou Mário Soares pela sua performance á saída da prisão de Évora. Não
percebo porquê—afinal, o "senador" disse as coisas de morrinhanha habituais, para
gáudio dos que o admiram tanto ou mais que eu—só burrices.
Martelo refere em especial os ataques ao juiz Carlos
Alexandre e a afirmação: "Isto não tem nada a ver com os socialistas, tem
a ver com os malandros que estão a combater um homem que foi um
primeiro-ministro exemplar".
Segundo o professor, Soares disse coisas que um ex-Presidente da República não pode dizer. Claro que
sim. Aliás, é o que faz todos os dias, de manhã, à tarde e à noite quando não
está calado.
Martelo atribui o referido ao facto de Soares estar
"naquela fase da vida em que
diz tudo o que quer sem filtros". A situação "sem filtros",
também chamada incontinente, é normal na sua idade. Outras incontinências carecem
de fralda; esta carece de uma rolha—mas isso compete à família. Em todo o caso,
é útil porque nos dá a imagem do
que o cidadão Mário Soares sempre foi. A única diferença agora é que o filtro
rompeu e deixa sair o lixo em débito torrencial.
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