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Os "buracos negros" astronómicos — acrescento o adjectivo porque não estou a falar da Autoridade Tributária e Aduaneira — nem sequer são buracos, como o nome insinua. São massas enormes de matéria compacta, tão enormes e compacta que a sua gravidade atrai fortemente tudo que se aproxima deles sendo incorporado na massa bruta pré-existente. O nome vem do facto de que até a luz — mesmo sem massa — ser atraída e não mais sair de lá, o que os torna invisíveis. Em boa verdade, era melhor chamarem-lhes buracos invisíveis para não fazer confusão, mas não interessa isso agora para o discurso que preparei.
Portanto, estrela ou estrelinha, planeta ou planetinha, cometa ou cometinha que se aproxime dele, já era — como o Sporting, tal e qual!
Como se sabe, Einstein — estou sempre a falar dele e até chateia — dizia que o espaço era curvo e a gravidade era devida às curvaturas; e que essas curvaturas podiam propagar-se como as ondas na Praia da Caparica.
E porque falo nisto? Porque uns intelectuais, astrónomos do País de Trump (custa a acreditar) inventaram uma geringonça capaz de transformar essas ondas gravitacionais em som. Não será propriamente o "Leva-me ao Fado", da Ana Moura, mas é som, prontes. E não quer o leitor saber que ouviram as ondas gravitacionais resultantes da fusão daqueles dois buracos, que deviam chamar-se invisíveis, mas se chamam negros. A 3 mil milhões da anos-luz! É obra!...
As ondas gravitacionais e os buracos negros — que deviam chamar-se outra coisa, porque nem são buracos, nem negros — estão "na moda" entre os astrónomos.
Curiosamente, e em aparte, direi que a Ciência também tem modas. E muitas... Os médicos que o digam. A primeira grande moda médica que "me tocou" foi o stress. Foi há cerca de 150 anos e vestia a roupagem de "Síndrome de Adaptação Geral — uma seca, diria Eça.
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