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Portugal, graças a Deus, não foi escolhido para local de realização do Campeonato do Mundo de Futebol em 2018. E porque digo isto (graças a Deus)? Porque um evento que pode dar lucros fabulosos, em Portugal iria dar lucros fabulosos a uns tantos não identificados pela Justiça (é sempre assim), e o prejuízo daí resultante seria pago pelo erário público, ou seja, por mim e todos os outros infelizes contribuintes deste jardim, candidato ao Mundial.
Para 2018, foi escolhida a Rússia que, como reconheceu o seu primeiro Vice-Primeiro Ministro, Igor Shuvalov, não tem infra-estruturas capazes, embora declarando que ultrapassarão todas as dificuldades; ou seja, vai haver muita gente a encher-se de dinheiro, tal como em Portugal, mas será lá longe (graças a Deus).
O Campeonato de 2020 vai para o Qatar, mas aí os que se vão encher de dinheiro já estão cheios de dinheiro, mesmo sem Campeonato (tanto faz, graças a Deus). Como o clima é muito quente, os estádios vão ter ar condicionado. São quatro mil milhões de dólares para melhorar três já feitos e construir mais nove, numa área compacta (o espaço não é muito), com ligação subterrânea entre eles; tudo pelo módico preço de cinquenta mil milhões de dólares. Depois do Campeonato, o Qatar planeia desmontar os estádios, assim como quem desmonta uma tenda, e oferecê-los a países pobres – mais nada!... Assim é que é.
Quanto ao Senhor Blatter, alguns dirigentes da FIFA pensam que anda a fazer-se ao Prémio Nobel da Paz, distribuindo campeonatos por locais exóticos; embora acrescentem que as probabilidades de tal acontecer só existem na cabeça do Senhor. Levará, talvez, um Prémio Nobel da Trapalhice - bem merecido.
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(Em cima à esquerda, o estádio a ser construído em A-Kohr, no Qatar, com capacidade para 45.000 espectadores.)
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