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Dublin, ontem à tarde
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Um mal nunca vem só, diz-se e diz-se bem. Pelo menos os irlandeses acham. Com condições meteorológicas Árcticas, a Irlanda está sem transportes públicos; sem distribuição para entrega de mercadorias; com o comércio sem clientes; a indústria parada por falta dos operários, sem condições para chegarem às fábricas; o mesmo para os serviços; as escolas fechadas; as urgências hospitalares em pletora com fracturas por quedas e situações de hipotermia e infecções respiratórias; os bancos de sangue sem ele (os bancos propriamente ditos há muito que estão também vazios...); os aeroportos fechados, os ferries parados; os correios impedidos de levar a carta a Garcia; e as companhias de electricidade sem poder fornecer energia em muitos locais por danos causados na rede pelos relâmpagos. O serviço das estradas gasta 3 a 4 mil toneladas de sal por dia na tentativa de as manter utilizáveis.
Se metade da força de trabalho chegar ao emprego meia hora mais tarde por causa do tempo, isso corresponde à perda de 49.300 dias de trabalho, correspondente a um prejuízo de 7 milhões de euros. Não há dúvida que os deuses, às vezes, mandam coisas terríveis a um país. O Egipto teve dez pragas - das águas em sangue, rãs, piolhos, moscas, doenças dos animais, sarna, saraiva com fogo, gafanhotos, trevas e morte dos primogénitos - e acho que nunca mais se endireitou. Nenhuma destas calamidades, contudo, se compara com o que a Irlanda está a passar: a Irlanda não sofre dez pragas; está a sofrer 7 milhões de pragas – até agora - e ameaça nunca mais se endireitar também. E não estou a referir o FMI porque essa praga não é quantificável, prontes.
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