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No passado dia 30, escrevia eu: “o bem amado líder de Portugal negou hoje que o Governo pretenda flexibilizar os despedimentos, contrapondo que a intenção do diálogo com os parceiros sociais é aplicar de forma "exequível" e "pragmática" a reforma do Código Laboral de 2008. E acrescentava eu: “Leia-se: o Governo vai flexibilizar os despedimentos, não vai dialogar com os parceiros sociais nem com ninguém, e aplicará, de forma obediente, seja pragmática ou não, o que Bruxelas disser para aplicar”.
Ontem escrevi: “Jean Claude Juncker, o Presidente [do Eurogrupo], disse aos jornalistas que Portugal está a fazer um progresso muito notável a nível do processo de consolidação, mas foi pedido ao ministro [Teixeira dos Santos] que precise as reformas estruturais que Portugal conta apresentar nos próximos meses. Isto é: os colegas do Eurogrupo já não vão em conversa de encher chouriços e querem o preto posto no branco”.
Hoje, questionado sobre se admite ou não uma reforma das leis laborais, o Primeiro-Ministro começou por dizer que há ainda "muitas ocasiões para falar disso", mas acabou por reconhecer que admite essa reforma: "Já respondi nos últimos quinze dias a essa pergunta várias vezes, já disse que nós iríamos fazer uma agenda para o crescimento, temos reuniões marcadas com vários parceiros sociais. Portanto, a resposta é sim e esperarão pelos próximos dias para saberem mais pormenores", afirmou.
Em aparte, informo que as reuniões com os parceiros sociais são encenação para no fim debitar mais umas tantas troantes larachas demagógicas.
Volto a dizer: A reforma das leis laborais é mais que certa, porque o Eurogrupo assim exige. Não estou a dizer se é bom ou mau; estou a afirmar que a conversa de Sócrates é um embuste contínuo. Amanhã virá dizer que, “patriótica e corajosamente”, o governo tomou as medidas necessárias para ultrapassar a grave crise internacional que veio interromper a marcha firme, segura e triunfal que Portugal tinha iniciado a caminho do paraíso terreno, com os socialistas, especialmente com o seu líder, no timão da Pátria. Ainda há quem acredite nele.
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