.
Há uma pergunta frequente a que ninguém responde. Não significa isto não haver respostas. Parece a conversa idiota, mas não é. É que chamamos respostas a meros palpites, opiniões, crenças, ou fés. E a pergunta é: há mais vida no universo, além desta da Terra? Mais vida para além do défice já houve, mas acabou. Mais vida para além da Terra, não se sabe.
Provavelmente, a vida surgiu em resultado do encadeamento de reacções químicas aleatórias, em meio inesperadamente favorável, e resistiu à extinção graças à conjugação de enorme número de circunstâncias propícias e pouco prováveis à primeira vista, acabando nisto que somos nós e nossos companheiros da biosfera. A probabilidade de os mesmos fenómenos, ou fenómenos afins, terem ocorrido noutro local do universo é demasiado pequena para podermos entendê-la. Mas o nosso entendimento é muito curto quando se entra na escala do universo. Na realidade, ainda há pouco pensávamos ser o centro do mundo, antes de percebermos ser apenas parte secundária do Sistema Solar, e chegarmos depois à conclusão de que somos fracção mínima de uma das incontáveis galáxias constituintes de uma insignificância da parte do universo que conseguimos observar. Vistos desta perspectiva, não podemos estranhar o ficarmos espantados com algumas hipóteses sobre a origem do mundo e sua evolução.
Então, o conjunto de fenómenos físico-químicos conducentes à construção da vida, aparentemente aberrantes para o nosso tacanho entendimento, podem ter ocorrido na Terra e/ou noutros planetas; e migrado pelo espaço em veículos meteoróides, evoluindo aqui assim, e ali assado. Provavelmente, daqui a uns milhões de anos, se o Homo sapiens ainda existir, talvez possa debruçar-se sobre a matéria e chegue a uma conclusão. Neste momento, não interessa. Da mesma forma que o Ardipithecus ramidus não se preocupava com o défice público e a balança comercial, porque fundamental era encontrar caça para sobreviver, também nós agora não nos mostramos muito disponíveis para especulações metafísico-biológicas porque temos vários fenómenos de iminência de bancarrota entre mãos, por exemplo nós, Homo lusitanus propriamente ditos.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário