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Hugo Chávez foi operado em Cuba, alegadamente em situação clínica de urgência; mas pouco ou nada se sabe dos pormenores. É facto que já lá vão bastantes dias e o mistério mantém-se, parecendo haver preocupação em ocultar informação sobre o estado de saúde do Presidente, o que não é bom sinal. Chávez poderá estar muito doente, mais do que as fontes oficiais dizem.
Num regime como este, dependente de uma só pessoa, a situação é complicada: se o líder desaparece ou fica impossibilitado, perfila-se a confusão. A haver eleições sem Chávez, o futuro dos seus seguidores é nebuloso porque não se vislumbra entre eles alguém capaz de as ganhar. E o irmão de Chávez já deu o mote. Numa intervenção pública, Adan Chávez foi lembrando “Che” Guevara: “Seria indesculpável limitar-nos a eleições e não vermos outras formas de luta, incluindo a luta armada”. E, inspirado por “Che”, acrescentou: “O partido no poder na Venezuela quer manter tal poder derrotando os inimigos em eleições. Mas os apoiantes do governo devem estar prontos para pegar em armas, se necessário”. Isto é, primeiro tenta-se as eleições. Se estas não derem a maioria, então vai à porrada. Catita!
Tenho dúvidas que o chavismo sem Chávez tenha unhas para tocar a guitarra. Não há demagogos como ele ao virar da esquina. Há um neste jardim à beira-mar mas está em pousio, muito longe da Venezuela e ainda às voltas com o PEC 4. Assim, é possível que o partido no poder venha a ser derrotado em eleições e as coisas dêem para o “torto”. A América do Sul nunca foi uma região politicamente fácil. Embora melhorando pouco a pouco, há sempre um Chávez na engrenagem.
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