quinta-feira, 2 de outubro de 2014

PRÍNCIPES DO SOCIALISMO

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Manuel Maria Carrilho escreve hoje sobre a crise do socialismo democrático que corre toda a Europa e a páginas tantas diz:

[...] Ao mesmo tempo, o socialismo democrático deixou-se manietar pela ilusão de uma construção europeia que, na realidade, se edificou no sentido contrário ao das suas promessas de crescimento, de convergência e de solidariedade. Ilusão sempre "dopada", quando o que ela devia ter sido era bem analisada e substituída a tempo por uma visão realista da Europa.
Ilusão que permanece, tomando agora a forma da miragem que será possível encontrar ao nível europeu a resposta que ninguém vislumbra ao nível nacional. Mas não vai─e, por isso, a questão que honestamente se impõe aos socialistas democráticos é a de saber se não terá sido precisamente a integração europeia, devido às modalidades escolhidas para a sua concretização, um dos fatores que mais conduziram ao bloqueio do seu modelo ideológico e político. [...]

É bom, de longe em longe, vislumbrar um bocado de realismo num socialista porque, em regra, socialista é um vendedor de promessas só possíveis numa sociedade constituída por cidadãos com comportamento angélico que ele é o primeiro a não ter. Olhe-se em volta e negue-se isto. Como a Igreja tem os príncipes da Igreja, o socialismo tem os príncipes do sistema. Socialista é generoso com a generosidade dos outros, com o dinheiro dos outros, com a disponibilidade dos outros, com a solidariedade dos outros, com a ingenuidade dos outros. Estafado o dito de Tatcher de que o socialismo acaba quando acaba o dinheiro dos outros, o princípio mantém-se vivo─cada vez mais evidente. Os portugueses que o digam.
A sociedade começa a perceber─finalmente!─que o “maná” socialista tem custos futuros e os Zezitos são uma ameaça apontada às gerações que virão depois.
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