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As notícias sobre o roubo e achado das armas de Tancos — não sei explicar porquê — fazem-me lembrar as histórias das operações financeiras que são contadas por José Sócrates. Houve alguém, não seguramente o seu amigo Santos Silva, que roubou um lote de armas de guerra de um paiol militar, o último sítio onde era pensável que tal acontecesse — segundo parece, não havia condições para vigiar o dito paiol. E a pergunta imediata é: o que faziam os militares destacados naquela unidade, além de guardar o paiol? Quando fiz serviço na tropa, à noite, havia sentinelas até nas latrinas. Actualmente, depois de verem a novela, devem ir todos fazer ó-ó!
A seguir, um Ministro da Defesa que não lembra ao careca diz-nos: "no limite, nem houve roubo nenhum". Confesso que foi a primeira coisa que pensei quando a notícia apareceu — as armas teriam desaparecido há anos e os sucessivos comandantes que por lá passaram ignoraram o facto para evitar trapalhadas incómodas; até que um qualquer e chato coca-bichinhos resolveu pôr a boca no trombone e acabou com o doce e sereno recato em que se vivia ali — desmancha-prazeres há muitos, como os chapéus!
Agora, e de supetão, a Polícia Judiciária Militar, não sei se através do Facebook, de algum blog (O Dolicocéfalo, não!), ou por telefone de cordel, recebe a informação de que as armas estão espalhadas, a céu aberto, algures a 20 km de Tancos — só faltam alguns cartuchos de armas ligeiras, provavelmente retidos para ir à caça dos gambozinos.
Se isto não é a "Guerra do Solnado", vou ali e já venho. Destruída a minha versão dos factos, não resta versão nenhuma, o que talvez seja o melhor. É que, se os estrangeiros percebem o que se terá passado realmente, nunca mais nos vendem nem uma fisga!
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