domingo, 22 de outubro de 2017

SABER ONDE SE ESTÁ METIDO

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O Ministério Público acredita que o antigo primeiro-ministro José Sócrates “instrumentalizou” vários membros dos dois governos que liderou para favorecer tanto o consórcio a quem foi adjudicado o primeiro troço do TGV, que integrava uma empresa do Grupo Lena, como as empresas do universo do Grupo Espírito Santo. Estes alegados favorecimentos valeram a Sócrates duas das três acusações pelo crime de corrupção passiva.
No rol de antigos governantes que os procuradores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) acreditam terem cometido ilícitos administrativos estão dois antigos ministros das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: Mário Lino e António Mendonça. Também a actual ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que na altura dos factos era secretária de Estado dos Transportes, e o seu sucessor Carlos Fonseca terão colaborado involuntariamente num crime de corrupção que a acusação imputa a Sócrates.

In "Público" (19-10-2017)

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Ana Paula Vitorino não reúne condições para ser titular de uma pasta ministerial. A tese da instrumentalização de Ana Paula Vitorino por José Sócrates exime-a de responsabilidades criminais mas não do julgamento sobre a sua capacidade política. Se a actual ministra do Mar tivesse sido cúmplice de Sócrates tinha agora um problema com a Justiça. Tendo sido por ele instrumentalizada e continuando a ser ministra temos nós o problema de ter no governo alguém destituído da mais elementar qualidade que se exige a quem ocupa um cargo político: saber o que faz.
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Helena Matos in "Observador" (22-10-2017)
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