domingo, 29 de outubro de 2017

A MAIOR EMPRESA DE VIGILÂNCIA DA HISTÓRIA

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A figura em cima é o cabeçalho de um artigo publicado hoje no "The Times" e assinado por John Lanchester, com o título "A verdade sobre o Facebook: como ganhar 2 mil milhões de amigos e destruir a civilização".
Começa o artigo por informar que no fim de Junho o Facebook atingiu 2 mil milhões de utilizadores activos, facto a considerar tendo em atenção que, em 2004, foi concebido para ser apenas meio de comunicação entre estudantes da Universidade de Harvard.
Tal proeza ultrapassa largamente outros fenómenos de comunicação, incluindo a própria Internet, para não falar da televisão, do cinema, ou da rádio. Poderá perguntar-se, face ao referido, e daí? Qual é o mal? Não é a comunicação um bem? Claro que é.
O autor recorda então que a invenção do caminho de ferro, porventura uma das mais úteis  na história das comunicações, mereceu de Flaubert, céptico quanto a ela, o comentário seguinte: "O caminho de ferro vai somente permitir que haja mais gente a deslocar-se, a encontrar-se e a fazer coisas estúpidas".
Para quem está de pé atrás em relação ao Facebook — é o meu caso e peço desculpa por isso — basta ter conhecimento de que o Facebook teve papel importante na eleição de Donald Trump. Tal vitória faz pensar em Flaubert.
O mecanismo da ascensão do Facebook parece ser o seguinte: o homem — e a mulher, para respeitar a igualdade de género e não haver problemas com a deputada Isabel Moreira — começam por ter dois objectivos na vida: comida e abrigo. Conseguido isso, passam a olhar em volta para o que os outros fazem e querem e, em seguida copiam-nos. Diz a Psicologia que é assim e ninguém escapa. A imitação é a raiz de todo o comportamento humano. As redes sociais, têm o êxito que se vê porque engrenam na nossa natureza. Permitem "olhar em volta para o que os outros fazem e querem" e "copiá-los" também. Funcionam como binóculo psicológico e bengala da nossa performance imitadora. Infelizmente, levam mais vezes a enxergar aquilo que não devíamos enxergar, ou não interessa, e a copiar o que não merece ser copiado, como refere o artigo citado.

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