domingo, 21 de janeiro de 2018

BETRÜGER IN DER EURO-FAMILIE

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Em 2010, a revista alemã Focus mostrava na capa uma fotografia da Vénus de Milo com um braço restaurado e a mão com o dedo médio esticado e os outros dedos flectidos e a legenda Betrüger in der Euro-Familie, qualquer coisa como aldrabões na Euro-Família. No interior publicava um artigo cujo título era "2000 anos de declínio". A revista referia-se aos gregos.
Infelizmente, por experiência própria, confirmo a opinião da revista: nunca fui tão aldrabado — em todos os países que conheço — como na Grécia, Pátria de Sócrates, Platão, Míron, Fídias, Píndaro, Sófocles, Pitágoras, Tucídides e por aí fora.
Perguntar-se-á o que aconteceu. Sofreram os gregos uma mutação genética colectiva? O seu genoma foi contaminado com genes externos, infiltrados por inimigo silencioso e desconhecido? Alguém deitou mau olhado aos helénicos? Não creio. Os gregos foram sempre assim!
Num excelente artigo de Johanna Hanink, professora da era clássica, publicado no AEON Magazine e intitulado "Even the ancient Greeks thought their best days were history" (Até os antigos gregos pensavam que os seus melhores dias eram História), a autora transcreve textos da época nos quais gregos ilustres da antiguidade já se queixavam do que refere a revista Focus e me queixo eu. Penso 
— se interessa isso a alguém  é que os gregos, cultos ou incultos, sábios ou ignorantes, criativos ou burros, artistas ou não, foram sempre assim: aldrabões — tout court.
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