terça-feira, 23 de janeiro de 2018

SOBRE A "RAIVA FEMININA"

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A inspirada imagem reproduzida em cima é da autoria de Matthieu Bourel e ilustra um artigo de Leslie Jamison, colaboradora do "The New York Times", que começa assim:

Durante anos, considerava-me como alguém sem tendência para ficar zangada. "Não me zango", dizia. "Fico triste". Acreditava que esta inclinação fazia parte da minha personalidade — que a tristeza era uma emoção mais natural que a raiva em mim. É fácil considerar o "self" como privado, quando raramente o é: consiste sempre num artefacto público, nunca constante, perpetuamente condicionado por forças sociais. Na verdade, tinha orgulho em descrever-me em termos de tristeza e não de raiva. Porquê? A tristeza parecia mais refinada e também mais altruísta — como se estivesse a guardar a dor dentro de mim em vez de sujeitar alguém a ter de lidar com a dor do traumatismo. [...]

E mais adiante:

[...] Quando escrevo este ensaio, grávida de oito meses, não desejo que a minha filha nunca se zangue. Espero que habite um mundo onde a raiva e a tristeza vivam juntas e raiva e responsabilidade, frequentemente inimigas naturais, possam igualmente viver juntas. [...]
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Muito bom se quiser tudo (é longo) pode encontrá-lo aqui.
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