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[...] Schopenhauer notabiliza-se pela defesa da futilidade do desejo. Que conseguir o que se quer não nos faz felizes, não o surpreendia. Por outro lado, não conseguir é igualmente mau. Para Schopenhauer, estamos mal se sim e se não. Se conseguimos, o objectivo acaba. Ficamos sem projecto e vazios. A vida precisa de sentido: desejos projectos, fins que ainda não foram atingidos. E, contudo, isto também é fatal. Porque procurar o que não se tem é sofrer. E porque encontrar o meio de preencher o vazio de não ter é condenar-se à miséria. A vida balança como um pêndulo, para lá e para cá, entre a dor e o tédio; e estes dois são os seus principais constituintes. [...]
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A prosa citada em cima é uma tradução "rasca" (minha, naturalmente) de um excerto do texto de Kieran Setiva, professora de Filosofia no Massachusetts Institute of Technology e autora do livro Midlife: A Philosophical Guide.
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