sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

NA PRÁTICA A TEORIA É OUTRA

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[...] O Partido Socialista, apesar de claramente minoritário, pode fazer o que quiser graças a um subtil poder de chantagem sobre os parceiros. Na verdade, PCP, PEV e BE nunca recusarão o apoio ao executivo, pelo menos nos momentos decisivos, sem serem acusados de provocar o regresso da odiada direita. Como além disso estão ansiosos por exorcizar a sua imagem de trolls antidemocráticos, vão abandonando a ideologia na gaveta. Propostas como reestruturação da dívida pública, reversão programada das privatizações, controlo público da banca, imposto sobre as grandes fortunas, libertação da submissão ao euro, entre tantas outras que eram centrais nos programas eleitorais de 2015, foram tranquilamente esquecidas. Em vez disso, apoiam aquilo que, se estivessem na oposição, acusariam de "política de direita do PS": cumprimento das regras europeias, manutenção das leis laborais e de todos os pilares do regime que andaram 40 anos a criticar. Afinal, a política deste governo tem sido praticamente igual à que seria se o PS tivesse maioria absoluta. [...]
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João César das Neves in "DN"
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