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O uso de gazes tóxicos na guerra é hoje convencional e mundialmente proibido, o que está certo. Mas a pergunta é: Porque não se proíbe da mesma maneira o uso de isótopos radioactivos? Os gazes não têm sido usados depois da I Guerra Mundial, mas há convenções assinadas sobre a sua não utilização e não as há sobre as armas atómicas.
E a pergunta pode ir mais longe: Porque há preocupações especiais em relação a certas formas de guerra e não as há em relação à guerra tout court?
As imagens da I Guerra Mundial, em que as armas químicas foram usadas, são chocantes. E não o são igualmente as de Hiroshima e Nagasaki? E também as do Iraque e da Líbia, sem gazes tóxicos e sem armas atómicas?
Haveria diferença se Bashar-al-Assad bombardeasse populações civis indefesas com bombas de TNT, em vez de lhes lançar gás cloro ou sarin?
Existirão nesta matéria subtilezas que me escapam e recordam um episódio vivido. Um dia estava numa sala operatória em funcionamento e um colega entrou com um cigarro na mão. Com azar, entrou atrás dele o Director do Serviço que olhou para ele com ar interrogativo e apontou para o cigarro. O colega, atrapalhado, não encontrou melhor resposta que dizer: "É só um bocadinho Senhor Professor". Espero que o alarve do Assad não diga também sobre os gases: "Foi só um bocadinho"!
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