quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

CONFABULAR É PRÓPRIO DO HOMEM

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Dois psicólogos da Universidade de Michigan fizeram uma experiência, descrita por uma professora de Filosofia (ver à frente) que consistiu tão somente em escolher um entre uma série de objectos — como meias, por exemplo — tão parecidos que era difícil distingui-los. Praticamente todos os participantes escolheram com convicção um dos objectos e, interrogados sobre o motivo da escolha, explicaram a razão. Na verdade, dada a dificuldade em distingui-los, era espantoso que houvesse diferentes opções.
Quando interrogados sobre a razão da escolha, verificaram os investigadores que as explicações eram completamente frouxas e descabidas. O único factor que conseguiram valorizar foi o facto de os esquerdinos escolherem maioritariamente objectos colocados do lado esquerdo e os destros do lado direito. Ninguém declarou que não havia nada para escolher porque os objectos eram todos iguais, ou quase.
O descrito na experiência, segundo a autora, acontece diariamente a todos nós, nas mais variadas situações: desde explicar porque se atravessou a rua aqui e não ali, ou se optou por "mandar um bitaite".
Raramente não se confabula, e aqui quer a autora chegar, ou seja, à confabulação.
Dizíamos ontem que automatizar é próprio do homem e hoje dizemos, esclarecidos por Lisa Bortolotti, professora de Filosofia na Universidade de Birmingham, no referido artigo, que confabular também é próprio do homem. Já temos três características constantes no Homo sapiens, até ver: errar, automatizar e confabular. Mas há mais e vou estar a tento a elas.
A autora do artigo referido em cima, que pode ser lido aqui, explica depois porque confabula o homem, segundo ela, nomeadamente porque sentimos que fazê-lo dá uma imagem pública melhor que reconhecer "incompetência", ou ausência de "critério". Mas não há melhor que ler o original.
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