sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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"Ariel"

No dia 31 de Janeiro de 1872, partiu de Londres com destino a Sidney e nunca mais foi visto. Ficou famoso por ter vencido a "Great Tea Race" em 1866, acostando nas East India Docks 20 minutos antes do seu rival "Taeping". Construído em 1865, tinha 60,2 m de comprimento, 10,3 m de boca, 6,4 m de calado e 1.59 toneladas.
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FATHER FROST AND MOTHER SNOW

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Faz amanhã 200 anos (1 de Fevereiro de 1814) que o Tamisa gelou de modo que era possível andar nele como em terra. A temperatura desceu até aos 13 graus negativos e foi a última vez. Prevê-se que nunca mais aconteça.

Father Frost and Sister Snow have boneyed my borders,
formed an idol of ice upon my bosom,
and all the lads of London come to make merry.
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JOANA VASCONCELOS

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"Néctar"
(Museu Berardo, 04-10-2012)
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DITOS

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Muitos livros são esquecidos num ano, especialmente por quem os pede emprestados.

Evan Esar

MUSEU BERARDO

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Gerhard Richter

Pintura abstracta (1987)

(04-10-2012)
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EINSTEIN EM DIFICULDADES

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Em 1936, uma garota americana da escola primária escreveu a Einstein para lhe perguntar se ele rezava e o que pedia. Cinco dias depois, Einstein respondeu-lhe. A carta é pouco conclusiva, como era de esperar de um agnóstico não assumido. 
Vejam a tradução das duas cartas a seguir, ou os originais em inglês aqui. São documentos curiosos.


19 de Janeiro de 1936

Meu querido Dr. Einstein,

Fizemos a seguinte pergunta na nossa classe de Domingo: Os cientistas rezam? Tudo começou pela pergunta se se podia acreditar na ciência e na religião ao mesmo tempo. Estamos a escrever a cientistas e outros homens importantes para tentar ter a resposta.
Ficaremos muito honradas se responder à questão: Os cientistas rezam e rezam para pedir o quê?
Somos da classe do sexto grau, de Miss Ellis.

Respeitosamente,

Phyllis
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24 de Janeiro de 1936

Querida Phyllis

Tentarei responder à tua pergunta o mais simplesmente que puder. Eis a minha resposta:
Os cientistas acreditam que as coisas acontecem, incluindo coisas com os seres humanos, devido às leis da natureza. Portanto, não se inclinam para que a evolução dos acontecimentos possa ser influenciada por orações, ou seja, por uma vontade sobrenatural.
Contudo, temos de reconhecer que o actual conhecimento dessas forças é imperfeito, de modo que, em última análise,  a crença num espírito último e final é uma espécie de fé. Tal crença é generalizada, mesmo com os avanços actuais da ciência.
Mas também, quem está seriamente envolvido nos propósitos da ciência, tem a convicção de que um espírito, muito superior ao do homem, é manifesto nas leis do universo. Desta forma, o objectivo da ciência leva a um sentimento religioso especial que é, seguramente, diferente da religiosidade dos leigos.

Com cordiais saudações,

A. Einstein
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MÚSICA SUBTERRÂNEA

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(Lisboa, 04-10-2012)
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ITÁLIA: HUMOR NEGRO

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Marco Biaggi


Francesco Schettino
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(Com colaboração de Pedro Masson)
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CAPITAL

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Falando da inovação na economia, e na sociedade em geral, referimos o capital como um dos factores que promovem o seu fomento, além da ciência, do benefício  da propriedade intelectual, da ajuda governamental e das oportunidades do comércio.
Qualquer investidor bem formado sabe que, para  incentivar a inovação, é necessário aliar dinheiro a talento; mas esta é uma visão recente. Na Roma imperial, dezenas de escravos sabiam como criar melhores lagares, melhores moinhos de água, melhores teares; e os detentores do dinheiro sabiam como investir e consumir. Mas estavam longe uns dos outros. Um belo dia, um pobre homem mostrou a Tibério a sua invenção—vidro inquebrável. O imperador perguntou se mais alguém sabia daquilo. Como ninguém sabia, mandou decapitar o inventor, não fossem os interesses instalados ser molestados. Um missionário na China ming escreveu na altura: qualquer homem de génio é paralisado pelo receio de que os seus esforços sejam castigados, em vez de recompensados.
Só há cerca de um século as empresas começaram a investir em investigação e desenvolvimento. Mas a tendência vai sendo abastardada por burocratas defensivos, atraídos por projectos de baixo custo e risco nulo. O investidor George Doriot dizia que o momento de maior perigo na vida da empresa é quando ela começa a ter sucesso—pára de inovar e estagna. Por isso, não foi a IBM, mas sim a Apple, que desenvolveu o computador pessoal; e foram os irmãos Wright a inventar o voo com motor, não o exército francês.
Mas investir, apesar de óptimo catalisador, nem sempre é condição sine qua non para inovar. Mark Zuckerberg inventou o Facebook ainda estudante, sem necessidade de gastar muito em investigação e desenvolvimento; e Peter Thiel, fundador da Paypal, investiu quase nada, se compararmos com os empresários da época da máquina a vapor, ou dos caminhos de ferro.
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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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"Corwith Cramer"
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Construído em 1987 em Espanha, é um navio de treino americano (Massachusetts) com 41 m de comprimento, 7,9 m de boca, 4 m de calado, 720 m2 de velas, 280 toneladas e casco de aço
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O GATO DE SCHRÖDINGER

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A frase em baixo diz: Múltiplos estados quânticos simultâneos pôr-te-ão assim.

Falei ontem de Schrödinger e da experiência do gato que se tornou conhecida em todo o mundo científico e um ícone do físico. A ideia surgiu da imprevisibilidade dos fenómenos na Física Quântica, expressos numa teoria chamada" Interpretação de Copenhague", concebida por Niels Bohr e Werner Heisenberg que trabalhavam juntos na Dinamarca. Enquanto na Física de Newton é possível prever, grosseiramente e em geral, a situação dum corpo em determinado momento, por exemplo a posição duma pedra atirada em direcção conhecida com a força F, na Física Quântica as coisas não são assim—conhecendo a massa dum electrão e as forças a que está sujeito, não se consegue antecipar qual a sua posição no momento Y—é mais ou menos isto, com descrição mais apurada em linguagem dos intelectuais do mundo subatómico.
Einstein, que em companhia de Podolsky e Rosen também se meteu nesta tralha (metia-se em tudo, mesmo no que não devia), considerava que a superposição quântica—assim se chama o fenómeno da incerteza—dum barril de pólvora, ao fim de algum tempo contem os componentes explodido e não-explodido.  Uma trapalhada, mas isso não interessa.
Então, Schrödinger ilustrou o problema. Dizia que se metermos um gato numa caixa fechada, juntamente com um elemento radioactivo, um contador Geiger de radiação e um frasco de veneno capaz de libertar este  se a radiação ultrapassar certo limiar, ficamos à espera que o gato morra. Mas dado o facto da caixa estar fechada e a superpotência dos fenómenos subatómicos—neste caso o decaimento do átomo—em cada momento não sabemos se o gato já morreu e temos de considerar que o gato está vivo e morto, como acontece nos fenómenos subatómicos.
Se o leitor percebeu, felicito-o. Se não percebeu, felicito-o ainda mais—com uma explicação destas, só percebe se for burro. Mas obrigado pela atenção!
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ÂNCORA TIPO ALMIRANTADO

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(Cascais, 04-01-2011)
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AIR BOAT LINE

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No primeiro dia deste mês, passaram 100 anos desde o primeiro voo comercial do mundo. Num hidroavião "Benoist", PE Fansler voou de S. Petersburg, na Florida, para Tampa, no mesmo Estado. Eram 37 km que levavam dia e meio a percorrer por terra. O avião de Fansler fez a viagem em 20 minutos. O primeiro e único passageiro foi o Presidente da Câmara de S. Petersburg,  Abram C. Pheil, que pagou 400 dólares, o equivalente actualmente a quase 7.000 euros.
Assim começou a nova era do transporte e uma nova indústria com 8 milhões de passageiros a viajar hoje diariamente—em 2013, pela primeira vez, o número de pessoas transportadas num ano ultrapassou os 3 mil milhões!

CÓDIGO DA ESTRADA



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Na Rua do Salvador, n.º 26, em Alfama, está esta placa, mandada afixar por D. Pedro II, em 1686. Diz assim:

Ano de 1686.
Sua Majestade ordena que os coches, seges e liteiras que vierem da Portaria do Salvador recuem para a mesma parte.

Ou seja, os veículos vindos de cima não tinham prioridade em relação aos que subiam.
A placa tinha razão de ser porque a rua—hoje uma pequena travessa, cheia de prédios arruinados, entre a Rua das Escolas Gerais e a Rua de São Tomé—há 4 séculos era uma via importante, mas com "estrangulamento" provocado por um prédio desalinhado que impedia o cruzamento dos coches, seges, carroças, blá, blá, blá. Como era difícil recuar com veículos de tracção animal, eram frequentes as disputas entre cocheiros, registando-se mesmo feridos e mortos.
Sua Majestade tomou providências para acabar com querelas, e muito bem—Código da Estrada, está mais que visto!
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(Com colaboração de Maria Leontina Maia)
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MAHATMA GANDHI

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(Lisboa, 04-04-2011)
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DA INSPIRAÇÃO À INOVAÇÃO

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Falávamos ontem da inovação como força motriz da economia e dos factores seus condicionantes, entre os quais se destaca a ciência. É indiscutível que sim, sobretudo na era recente, mas o facto não é tão líquido como parece na primeira abordagem.
Francis Bacon foi dos primeiros a afirmar que os inventoresou inovadoresaplicavam o trabalho da ciência, mãe da inovação. Muitos pensam o mesmo. A receita consistirá em despejar fundos públicos sobre a investigação científica—porque ninguém mais o faz capazmente  se o contribuinte não participa—e esperar pelo parto de novas ideias na sociedade, verbi gratia na economia. Aliás, a matéria está na ordem do dia no nosso abençoado País.
Na verdade, há muito boa gente a pensar não serem as coisa exactamente assim. Dizem mesmo ser a ciência mais filha da inovação do que mãe. Poucas das invenções que fizeram a revolução industrial estavam relacionadas com teorias científicas da época. Dos quatro homens que mais avanços imprimiram à máquina a vapor—Newcomen, Trevithick,  Stephenson e Watt—três eram completamente ignorantes em matéria científica. E ainda se discute se Watt teria alguma "inspiração" científica.
Muitas vezes, a ciência contribui, isso sim, para o apuramento da invenção e para a sua melhoria e compreensão.  Quando se explicou a física da transmissão eléctrica, o telégrafo pôde ser aperfeiçoado;  ao compreender a sucessão de estratos geológicos, os mineiros do carvão puderam abrir novas e mais rentáveis minas; o conhecimento da estrutura do anel benzénico permitiu aos industriais "desenhar" novas tintas, em vez de as descobrir por acaso, e por aí fora. Também no Século XX há muita tecnologia que deve pouco às universidades e institutos de investigação—por exemplo, o voo em aeronaves mais pesadas que o ar, o telemóvel, o software.
Na área das ciências biológicas,  a Aspirina tratou milhões de dores de cabeça sem se conhecer o mecanismo de acção; a penicilina, descoberta por serendipidade, matou milhões de biliões de bactérias sem se saber como o fazia (antes delas começarem a resistir-lhe);  os sumos da laranja e do limão trataram incontáveis casos de escorbuto antes da descoberta da vitamina C; e rebabá...
Pelo exposto não se deduza que se advoga a secundarização da ciência no progresso humano. Em boa verdade, é essencial. Mas, como já um dia referi neste espaço, os grandes progressos científicos ou tecnológicos correspondem à subida de degraus. No intervalo destes há planos, ou pisos da escada. O génio sobe os degraus. Os pisos são o palco de multidões de investigadores científicos que fazem o trabalho da formiga. Higgs previu e descreveu uma partícula que não se conhecia—o génio subiu o degrau. Milhares de pessoas estimáveis encontraram a partícula responsável pela massa dos corpos no acelerador de partículas do CERN em Genebra—avançaram no piso da escada. Higgs era cientista, mas o génio não tem de o ser necessariamente. Mostra a História que muitas vezes não foi.
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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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"Niagara"
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MARINA

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(Lisboa, 04-09-2012)
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METAFÍSICA, FÍSICA QUÂNTICA E GATOS

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Erwin Rudolf Josef Alexander Scrödinger era austríaco, físico, um dos pioneiros da Física Quântica e divulgador no Ocidente da filosofia religiosa Vedanta e do Budismo. Ganhou o Prémio Nobel da Física em 1933 e ficou conhecido pela "experiência do pensamento do gato" de que falarei quando me lembrar.
Tinha grandes preocupações metafísicas. Um belo dia, talvez em 1951, escreveu assim:


[...] A ciência é frequentemente considerada como defensora do ateísmo. Depois do que disse, não admira. Se a sua visão do mundo não inclui o amargo, o doce, o belo, o prazer e a tristeza, se a personalidade é excluída por consenso, como pode conter a mais sublime ideia que se apresenta ao homem?
O mundo é grande, enorme e belo. O meu conhecimento científico dos factos que nele ocorrem compreende centenas de milhões de anos. Contudo, está ostensivamente contido nuns pobres setenta, ou oitenta, ou noventa anos que me são dados—um pequeno ponto num tempo incomensurável, mesmo nos milhões, ou milhares de milhões de anos que aprendi a medir e a avaliar. Donde vim e para onde vou? A ciência não tem resposta. [...]

Não chegou aos oitenta: morreu com 74 anos—sem saber a resposta.
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O BURACO NEGRO DA BAIXA POMBALINA

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Força gravítica: P = € X 9,8
(Lisboa, 15-08-2013)
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DITOS

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Tenta aprender alguma coisa sobre tudo e tudo sobre alguma coisa.

Thomas Huxley

RUA AUGUSTA

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A revista de viagens espanhola "CondéNast Traveller" diz, no último número, que a Rua Augusta é uma das 31 ruas do mundo a percorrer antes de morrer. Aqui fica a menção e a fotografia feita por mim do alto do arco, em 15-08-2013, e a que a revista usa para ilustrar o artigo. Bonito!
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PAKIKA

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(Lisboa, 01-03-2012)
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INOVAÇÃO

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A economia moderna tem rendimento crescente e, por isso, está em movimento permanentemente acelerado. A força que a move chama-se inovação, pouco previsível, pois quase nunca é fruto de planos organizados—é como o fogo que arde violentamente  em curto período de tempo, extinguindo-se aqui para se acender ali, fruto de factores aleatórios e desconhecidos. 
Há 50 mil anos, foi no Ocidente da Ásia (fornos, arcos e flechas); há 10 mil anos, no Crescente Fértil (agricultura e olaria); há 5 mil anos, na Mesopotâmia (metal e cidades); há 2 mil anos, na Índia (têxteis, algarismo zero); há mil anos, na China (porcelana, impressão); há 500 anos, na Itália (método de contabilidade de Veneza, Leonardo da Vinci); há 400 anos, nos Países Baixos (Banco de Transferências de Amesterdão); há 300 anos, em França (Canal do Midi); há 200 anos, na Inglaterra (máquina a vapor); há 100 anos na Alemanha (fertilizantes); há 75 anos, nos Estados Unidos (produção em massa); há 50 anos, na Califórnia (cartão de crédito); há 25 anos, no Japão (Walkman®).
Porque morre a inovação num lugar, e nasce noutro? A interrogação—sociológica—não tem resposta satisfatória. Provavelmente morre, entre outras razões, porque a prosperidade promoverá hábitos locais nocivos—individuais, sociais e administrativos; e nasce por força de factores mal compreendidos, entre os quais se contarão o progresso local da ciência, a pressão do capital, o estímulo dos benefícios da propriedade intelectual, o fomento governamental, ou as oportunidades do comércio; ou todas, ou quase todas, em convergência.
É matéria que vale a pena estudar. Voltarei a ela em doses tragáveis.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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MATOPOS NATIONAL PARK

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No cimo do Matopos National Park, do Zimbabué, líquenes amarelos, verdes, vermelhos e negros dão às rochas e ao terreno o ar de quadros de Jackson Pollock  e de paisagens de Salvador Dali. Muito bonito.
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PORTA 61

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(Lisboa, 28-01-2014)
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METE A SEGUNDA ! . . .

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O Dr. Soares não pára de divertir os portugueses à Terça-feira. Em tempo de depressão nacional, é um serviço público prestado ao País em parceria com o "Diário de Notícias"—ajuda a esquecer as mágoas.
Hoje, logo no terceiro parágrafo, que podia ser o décimo, ou o quingentésimo quarto, informa-nos que "Os pensionistas a quem o Governo tirou parte das pensões são forçados a emigrar". Chegado aqui, pergunto como não me lembrei eu disso! Amanhã, vou pedir um visto para a República Democrática de Timor Leste, está mais que visto.
Mas não ficam por aí as preocupações do senador. A folhas tantas, afirma: "O Governo fala muito, diz coisas contraditórias, fala em números e mais números, mas nunca se refere ao essencial. Por exemplo: quanto ganham os ministros, os secretários de Estado, os chefes de gabinete e os múltiplos assessores no conjunto e cada um de per si? Quanto gastaram nas últimas viagens que fizeram e quanto custaram as respetivas comitivas? Ninguém sabe!"
Ninguém sabe. Mas ninguém melhor que o Dr. Soares para nos dizer: porque sabe—c'um saber só de experiências feito, como o velho do Restelo.
Não posso reproduzir o texto todo, por razões de copyright, naturalmente; mas aconselho vivamente a sua procura rápida no jornal, em papel ou online. Os comentários são esclarecedores porque ajudam a enquadrar a situação. Por exemplo: 

  • Vira o disco e toca a mesma, mas é um disco rachado. Repete-se ad infinitum e deve ser pago à palavra. Só pode! 
  • Que coisa tão mal escrita!! Senhor!!
  • Mete a segunda bochechas!!.

TRAVESSA MARTA PINTO

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(Lisboa, 28-01-2014)
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AS APARÊNCIAS ILUDEM !


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Esta imagem do "Hubble" mostra dois corpos celestes próximos um do outro, na Constelação da Ursa Maior, assinalados pelas setas. São quasars, astros com dimensões maiores que as estrelas e menores que as galáxias, embora emitam mais radiação, particularmente ondas de rádio. Pensa-se que correspondem a regiões dentro de galáxias  onde existe um buraco negro extremamente massivo.
Os mostrados na imagem estão a pouco menos de 14 mil milhões de anos/luz da Terraquase a idade do universoe brilham intensamente. Apesar de terem características em tudo idênticas, eram considerados independentes desde 1979, quando foram descobertos.
Inesperadamente, verificou-se que, afinal, é só um, visto em duplicado! O fenómeno deve-se à presença duma galáxia, a YGKOW G1, a 4 mil milhões de anos/luz da Terra e colocada entre nós e o quasar QSO 0957+561.
Devido à enorme gravidade da galáxia, as radiações oriundas do quasar são deflectidas no seu caminho, fazendo-as convergir na Terra, vindas  de ambos os lados da galáxia, como se mostra na figura em baixo. Tal fenómeno cria duas imagens virtuais, mostradas no esquema mais ou menos careca que desenhei.
É o fenómeno de "lente gravitacional", se é correcto traduzir assim gravitational lensing. Catita!
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A radiação oriunda do quasar, sem o fenómeno da "lente gravitacional" iria seguir em linha recta e não seria visível na Terra. Desviada pela "lente/galáxia", vem ao nosso encontro.
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RENDA DE CASA

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(Lisboa, 28-01-2014)
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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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CASCAIS

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(04-01-2011)
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PRENDAS DA NATUREZA

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(Lisboa, 04-09-2012)
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Entre as prendas com que a natureza 
Alegrou este mundo onde há tanta tristeza 
A beleza das flores realça em primeiro lugar 

Vinicius de Moraes
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PRETO COM OLHOS AZUIS

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A imagem em cima mostra o que poderia ser um caçador-recolector europeu de há 7 mil anos. Tem a pele escura, como os seus antepassados africanos, e olhos azuis.
Era até agora quase consensual que o homem primitivo vindo de África para a Europa tinha começado a  mudar a cor da pele há mais de 40 mil anos, dado o ter de se adaptar a diferentes condições climáticas; sobretudo pela necessidade de sintetizar vitamina D na pele, o que acontece em todos nós sob o efeito da radiação solar. É claro que o processo só é importante quando a dieta é pobre naquela vitamina.
Eventualmente, quando os caçadores-recolectores fizeram a transição alimentar dessa condição para a de produtores agrícolas, a dieta seria pobre em vitamina D e a síntese desta pela acção da luz solar tornou-se essencial, seleccionando progressivamente os indivíduos claros—tanto mais claros, quanto maior a latitude onde viviam. Por isso, o fenómeno deve ser mais recente do que se pensava.
Todo o referido foi especulado depois do achado, noticiado ontem, do fóssil com 7 mil anos dum caçador-recolector, em La Braña-Arintero, Espanha, cujo genoma tem as características da pele negra, com mutação correspondente a olhos azuis.
Hitler mandaria matar os paleoantropólogos e... o fóssil!
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VASCO DA GAMA

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(Lisboa, 04-04-2013)
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NÃO HÁ PROGNÓSTICOS PARA O "ARMAGEDDON"

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Um dos aspectos filosóficos da economia actual tem a ver com o que se chama "rendimento decrescente". Para perceber o que é, usemos uma alegoria: se tivermos um recipiente cheio de amêndoas de vários tipos e formos procurando apenas as de licor, à medida que as vamos tirando, vai sendo mais difícil encontrá-las—a procura tem rendimento decrescente. Tal e qual!
Malthus era bem intencionado e acreditava no rendimento decrescente; mas acreditava mal porque as coisas em economia não são lineares nem estáticas. Não se pode fazer previsões sem considerar factos imprevistos; e, como são imprevistos, as previsões têm elevada margem de erro. Assim aconteceu a Thomas, também chamado Malthus.
O saber cria saber, a prosperidade cria prosperidade, o consumo cria produção—no mundo da ideia não há rendimento decrescente. A ideia não se gasta. Thomas Jefferson dizia: Aquele que recebe de mim uma ideia, recebe instrução, sem que a minha diminua; tal como o que acende uma vela na minha recebe luz sem me deixar na escuridão.
Ideias irrefutáveis. Por isso se perceberá prudente cepticismo quando falo de coisas como a depleção do ozono, o aquecimento global, o esgotamento das fontes de energia, rebabá. Não significa que se minimizem ou esqueçam tais ameaças—existem e são preocupantes. Mas o engenho humano é imenso e tem dado a volta a problemas maiores. O militantismo "Algoriano" é provavelmente exagerado. Até hoje, nenhum profeta do Armaggedon económico, social, ou ambiental acertou. É minha convicção que está para nascer o primeiro que acerte. E se vier o Armaggedon, o mais verosímil é que venha por onde ninguém espera.
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TATIANA

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(Lisboa, 04-10-2010)
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