domingo, 19 de janeiro de 2014

CHEIRA BEM, CHEIRA A INVERNO

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O olfato, ou cheiro, funciona através de receptores na mucosa do nariz sensíveis a partículas presentes no ar que respiramos. A quantidade dessas partículas depende da temperatura ambiente—por isso o ar frio e o ar quente não cheiram igualmente. No Verão há mais "cheiros" que no Inverno.
Mas, seja Verão, seja Inverno, a temperatura das fontes do odor pode ser muito mais importante. Por exemplo, o café quente tem cheiro mais activo que o frio; e mais agradável, embora isso seja subjectivo.
Um belo cozinhado faz "crescer a água na boca",  quando está quente, porque liberta muitas partículas estimulantes da mucosa nasal. Depois de arrefecer a situação modifica-se—pode perder o cheiro, ou pode mesmo cheirar de forma diferente e nada apetitosa. Claro que, neste caso, a "água na boca" é um reflexo condicionado dependente de experiências anteriores com a ingestão daquele alimento quente. O mesmo com o cheiro do alimento frio—a experiência de o comer frio (muito menos saboroso) não desencadeia reflexo nenhum de início da digestão, que é a salivação.
Em resumo, Veneza no Inverno não cheira a nada; no Verão cheira a esgoto. A sala de espera de um serviço de urgência hospitalar, no Inverno cheira a naftalina; no Verão a Infantaria.
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