O carvão é o mau da fita dos ambientalistas—suja, mata
mineiros, produz dióxido de carbono, aquece o planeta, rebabá. Morra o carvão,
morra! PIM!
Durante e revolução industrial, o carvão proporcionou à
Grã-Bretanha, como combustível, o equivalente à energia de mais de seis milhões
de hectares de floresta, área quase do tamanho da Escócia. Em 1870, a combustão
de carvão naquele País gerava calorias equivalentes às produzidas por 850
milhões de trabalhadores. Só a capacidade das máquinas a vapor equivalia a seis
milhões de cavalos (cavalos animais; não cavalos vapor).
Em 1750, os tecidos da Índia faziam inveja em todo o
mundo. Passado um século, apesar dos salários serem quatro ou cinco vezes maiores, o Lancashire era capaz de
inundar o mundo—até a Índia—com tecidos baratos, alguns feitos de algodão em
rama indiano, importado de distância
superior a vinte mil quilómetros. Por muito baixos que fossem os salários na
Índia, o trabalhador ali não podia competir com o operador duma máquina de fiar
a vapor em Manchester. Ao reduzir o preço dos tecidos, o carvão libertou
dinheiro dos consumidores para comprar outros bens e estimular novas invenções.
Em 1800, a Grã-Bretanha consumia mais de doze milhões de
toneladas de carvão, o triplo de 1750, e o preço não subira significativamente.
Em 1860, o consumo era de mil milhões de toneladas, sobretudo em locomotivas e
navios. Em 1930, a utilização era 68 vezes superior a 1750, agora também para
gerar electricidade e gás. Actualmente, a maior parte destina-se às centrais
eléctricas.
As reservas mundiais de carvão continuam a ser muito
grandes e não vai ser fácil fechar minas, em nome da protecção do ambiente, depois
de tudo quanto fez e faz pelo desenvolvimento industrial e social. Os ecologistas gritam e os economistas e industriais fazem ouvidos de mercador. Complicado!...
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