sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

EINSTEIN EM DIFICULDADES

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Em 1936, uma garota americana da escola primária escreveu a Einstein para lhe perguntar se ele rezava e o que pedia. Cinco dias depois, Einstein respondeu-lhe. A carta é pouco conclusiva, como era de esperar de um agnóstico não assumido. 
Vejam a tradução das duas cartas a seguir, ou os originais em inglês aqui. São documentos curiosos.


19 de Janeiro de 1936

Meu querido Dr. Einstein,

Fizemos a seguinte pergunta na nossa classe de Domingo: Os cientistas rezam? Tudo começou pela pergunta se se podia acreditar na ciência e na religião ao mesmo tempo. Estamos a escrever a cientistas e outros homens importantes para tentar ter a resposta.
Ficaremos muito honradas se responder à questão: Os cientistas rezam e rezam para pedir o quê?
Somos da classe do sexto grau, de Miss Ellis.

Respeitosamente,

Phyllis
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24 de Janeiro de 1936

Querida Phyllis

Tentarei responder à tua pergunta o mais simplesmente que puder. Eis a minha resposta:
Os cientistas acreditam que as coisas acontecem, incluindo coisas com os seres humanos, devido às leis da natureza. Portanto, não se inclinam para que a evolução dos acontecimentos possa ser influenciada por orações, ou seja, por uma vontade sobrenatural.
Contudo, temos de reconhecer que o actual conhecimento dessas forças é imperfeito, de modo que, em última análise,  a crença num espírito último e final é uma espécie de fé. Tal crença é generalizada, mesmo com os avanços actuais da ciência.
Mas também, quem está seriamente envolvido nos propósitos da ciência, tem a convicção de que um espírito, muito superior ao do homem, é manifesto nas leis do universo. Desta forma, o objectivo da ciência leva a um sentimento religioso especial que é, seguramente, diferente da religiosidade dos leigos.

Com cordiais saudações,

A. Einstein
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