sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

NÃO É DE MAIS REPETIR !

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[...] O Governo corta a direito nos rendimentos dos cidadãos, invocando a circunstância excepcional em que o país se encontra. Então, por que não adopta o mesmo critério em relação às PPP ou a outras áreas, como as rendas excessivas da energia, que são formas de proteccionismo do Estado a grandes empresas, pagas pelo contribuinte?
A tolerância em relação a estas situações é uma inversão do estado de excepção em nome do qual têm sido justificada a austeridade. Enquanto os interesses dos mais fortes estiverem protegidos, não é possível legitimar politicamente os sacrifícios exigidos ao país. E não basta aliviar a consciência recordando as culpas que o PS tem neste cartório. O Governo tem razão em invocá-las no debate partidário. Mas o passado não serve de desculpa para justificar os sacrifícios excepcionais exigidos aos cidadãos e as isenções desse esforço permitidas excepcionalmente àqueles a quem é mais difícil ao Estado cobrar.

Editorial in "Público"
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