sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

UM GÉNIO E O SEU CÉREBRO



Einstein morreu a 18 de Abril de 1955, no Priceton Hospital, em Nova Jersey. O seu cadáver foi autopsiado. O patologista encarregado da tarefa, Thomas S. Harvey, retirou o encéfalo do crânio do génio, partiu-o em 240 fragmentos que mergulhou numa substância chamada celoidina e levou-o para casa.
Durante mais de duas décadas, ninguém—nem mesmo a família de Einstein—soube que Harvey tinha o cérebro guardado. Só em 1978 um jornalista chamado Steven Levy descobriu a trapalhada, um nadinha macabra. Desde então, Harvey facultou as peças para estudo  por três grupos. 
Os resultados—conhecidos em 1985, 1996 e 1999—sugerem que alguns achados podem ser potenciais chaves para explicar o génio do génio; mas nenhum é considerado conclusivo. Talvez o mais importante seja a maior dimensão (+ 15%) da região parietal inferior—eventualmente associada ao raciocínio matemático—e a ausência de sulco naquela região. Mas parece primário, penso eu,  esperar que a capacidade intelectual de excepção de um ser humano se traduza em alterações anatómicas evidentes no encéfalo. Provavelmente poder-se-iam observar alterações funcionais em vida do físico, se as modernas técnicas de imagiologia do Sistema Nervoso Central  existissem nessa altura. Isso pode ser verificado agora, por exemplo, no encéfalo do Tozé.
Quando interrogado porque tinha ficado com o cérebro de Einstein, Harvey explicou sentir-se obrigado a salvar para a posteridade aquela preciosa matéria cinzenta—um poeta, em resumo!
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