quarta-feira, 4 de agosto de 2010

SER AMBIENTALISTA É "COOL"

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Em 20 de Abril – há 3meses e meio - ocorreu o acidente na plataforma da BP, no Golfo do México. Desde esse dia até agora, foram derramados diariamente milhares de barris de petróleo na água do mar, com prejuízos imediatos incalculáveis para a fauna, flora, e economia locais.
Os videntes crónicos da “desgraça que aí vem”, também chamados ambientalistas, logo lançaram as piores profecias para a situação, até à consumação dos séculos. Que o petróleo nunca mais deixaria o Golfo; os peixes iriam emigrar, provavelmente em veículos motorizados dada a abundância de combustível no
habitat; os famosos flamingos castanhos, que na realidade são rosa, ficariam de vez com a cor do nome; e a maresia seria substituída por cheiro a oficina de pesados.
Mas hoje a Casa Branca anunciou que o derrame acabou, e 75% do petróleo derramado na água desde Abril desapareceu! E Esta?!...
Além do que ardeu; se evaporou; foi degradado espontaneamente e dissolvido no oceano; foi para outras paragens; e blá,blá, blá, ficou cerca de um quarto, de tal modo diluído que não representa risco de momento. Ficam ainda questões sem resposta, como a de saber se o efeito do poluente nas larvas e ovos de peixes, caranguejos, e camarões vai ter algum significado no futuro. Pensam os especialistas que não.
Mais uma vez, os ecologistas
perderam a oportunidade de ser mais comedidos na visão apocalíptica dos desastres ambientais, e recuperar alguma da muita credibilidade que já perderam. O ambientalismo é uma mística com culto ou liturgia que está na moda. Não tem noção da importância relativa do problema de que se ocupa, perante calamidades muito mais preocupantes. Custa ouvir tanta vozearia sobre aquecimento global e coisas assim, e quase nenhuma sobre a fome, a epidemia de SIDA, ou as endemias de malária e viroses tropicais. Não é cool falar disso. That’s the point.
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