sábado, 22 de janeiro de 2011

ELES COMEM (QUASE) TUDO...

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De 2008 a 2010, em plena crise, foram criadas 88 fundações em Portugal; isto é, uma nova fundação cada 12 dias. E daí? Daí que a maior parte delas recebe subsídios do governo, ou seja, dos nossos impostos. Mas quais fundações e quais subsídios? É só pegar no “Diário de Notícias” e ver: por exemplo, em 2010, o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, por despacho do Ministério dos Negócios Estrangeiros, enviou 850 mil euros para fundações, incluindo 220 mil para a Fundação das Universidades Portuguesas, 160 mil para a Fundação Aga Khan, e 150 mil para a Fundação Mário Soares! No primeiro semestre de 2009, só com dois projectos (um de apoio ao Instituto de Ciências da Saúde e outro à criação de um centro de investigação em saúde em Angola), a Fundação Calouste Gulbenkian arrecadou cerca de 630 mil euros.

Mas há pior (ou melhor?). É o caso de fundações que só o são para conseguir fugir às regras normais das boas práticas públicas, nomeadamente na contratação, adjudicação de serviços, etc. v.g. a  Fundação para as Comunicações Móveis, e a Fundação Cidade de Guimarães, que prepara a capital europeia da cultura, a pagar salários milionários a várias personalidades mais ou menos anónimas e outras não tão anónimas assim, mas que também lá “metem a colher”: salários que, depois de ajustamento moralizador, deixaram a presidente com 10 mil euros por mês (X14), mais carro, telefone e remuneração por cada reunião, e o presidente do Conselho Geral com 350 euros por reunião (antes recebia 500).

Sei que é “miserabilismo” estar a falar destas “insignificâncias”, mas elas são às centenas, senão milhares. Não se dá volta a uma pedra, que não surjam dezenas de ”insignificâncias”,  chocantes para o pacóvio que sou - um caso de mesquinhez desprezível, suspeito.
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