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Há cerca de 7.000 línguas naturais faladas no mundo actual. Mas, mantendo-se a actual tendência, 90% delas estarão extintas dentro de 200 anos. Se pensarmos que a perda de uma língua é equivalente ao desaparecimento de uma cultura, ou à extinção de uma espécie com consequente diminuição da biodiversidade, começa a ser preocupante o fenómeno.A linguagem em questão, exclusivo humano, é a associação de sons sem sentido à partida, ou da sua representação gráfica, com significados convencionais precisos, ou quase precisos. Nasceu independentemente em múltiplos locais diferentes e daí a sua variedade, riqueza e grau de precisão, decorrentes das necessidades de comunicação que satisfazia. Uma língua que permite falar de fusão nuclear, de teoria da relatividade, ou da tabela periódica dos elementos químicos, não é de primeira necessidade para um povo de caçadores/recolectores, ou que vive da pastorícia.
Mas o conhecimento dessas línguas, por mais primitivas que sejam, é fonte de informação sobre a evolução humana, o que permite explicar muitos dos actuais fenómenos sociais, culturais, científicos, religiosos, filosóficos e por aí fora.
Nada do que é — ou foi — fruto do cérebro humano se pode deitar fora, esquecer, ou deixar morrer. "É a História, estúpido" — diria Clinton.
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