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.[...] Num mundo em mudança, os pilares da democracia portuguesa recusam mudar seja o que for, nomeadamente a lei eleitoral, e agora ensaiaram esta manobra clandestina para sacarem mais uns milhões aos contribuintes.
Bem podem os guardiões do regime andar a pôr água na fervura, prometer novas práticas no futuro, jurar a pés juntos que a transparência está aí ao virar da esquina, que já ninguém acredita nesta gentinha que, ao longo de 43 anos de democracia, deixou o país cair na bancarrota três vezes e condenou os portugueses a uma pobreza crónica numa Europa cada vez mais rica.
Os portugueses estão pobres e sem terras prometidas, e nenhum político sai da política mais pobre. Pelo contrário, saem prósperos homens de negócios, senadores bem instalados na vida a debitarem quilómetros de palavras sobre o socialismo, a social-democracia, a justiça social e o papel fundamental do Estado na vida dos cidadãos. Vendedores de banha da cobra que condenaram o país a esta apagada e vil tristeza.
Isto não vai lá com afectos. Só endireita com uns valentes tabefes.
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António Ribeiro Ferreira in "Jornal i"
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