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O jornal “i” publica hoje uma entrevista com o Dr. Soares que li atentamente. Não vou comentar a generalidade porque a referida entrevista é ela própria apenas um conjunto de generalidades. Mas uma passagem ainda não digeri. A páginas tantas, diz o jornalista:
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“O PS está entalado entre um compromisso que fez com a troika e a recuperação de um eleitorado de esquerda que neste momento pode vir a ser capitalizado por causa do descontentamento, do desemprego...
Ao que o Dr. Soares responde:
“Uma coisa é evidente. Houve uma mudança de governo. Há um compromisso assinado a três e agora a responsabilidade passa a ser do governo e não da oposição. Era o que faltava era (sic) que o Partido Socialista tivesse sido e agora continuasse a ser o responsável.”
Isto é, o PS arranjou toda a embrulhada, pediu ajuda internacional, na sequência disso assinou um memorando em nome de Portugal em que o País se compromete a cumprir determinados objectivos, depois perde eleições clamorosamente e, a partir daí, lava as mãos das consequências e deixa de ter qualquer responsabilidade nos actos do novo governo destinados a respeitar o cumprimento dos objectivos que aceitou. O PS, pela singela razão de ter perdido as eleições, deixa de ser responsável e passa a estar disponível para contestar na rua, ao lado do PCP e do BE, as medidas necessárias à solução do drama de que é autor. Catita, não? Posição típica do Dr. Soares, que sempre agiu com visão clubista da vida partidária; até quando apoiava o Zézito sabendo o asno que este era.
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