domingo, 12 de junho de 2011

COLONIZAR

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[...] Em Moçambique, porém, e na vasta Zambézia não acharam os portugueses uma civilização indígena ou implantada, como a da Índia, ou a que os árabes tinham estendido ao longo da costa Oriental de África, na sua metade Norte. Eram territórios habitados por selvagens, como o eram os da costa Ocidental, como o eram os do Brasil. Moçambique prende-se, pois, à história colonial portuguesa: dando a esta expressão o sentido restrito que em nosso entender lhe convém. Conquistar pelas armas e impor o domínio próprio a nações cultas, embora o sejam de um modo diverso do europeu, difere essencialmente do facto de amansar tribos selvagens, de as exterminar, de povoar territórios nus, de desbravar florestas virgens, e abrir o solo às culturas produtivas; e ainda que usualmente demos o nome de colónias a todos os estabelecimentos fundados por europeus fora da Europa, é fora de duvida que esta condição geográfica importa muito menos, do que a distinção proveniente do carácter desses estabelecimentos. [...]

Oliveira Martins in “O Brasil e as Colónias Portuguesas"
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