DE MÃO NA ANCA

Os teus pregões
nunca mais ganham idade:
versos frescos de Camões
com salada de saudade
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Ana Gomes, a “diplomata” que até Lello dizia ter incontinência verbal, apanhou uma banhada nas eleições e ficou com uma tromba, exibida pela TV na noite do naufrágio, digna de ser vista. Pousou a canastra do peixe no chão e, com mão na anca, bolsou qualquer coisa sobre Portas, submarinos e eventuais humilhações internacionais semelhantes às que a França atravessa com o caso Strauss-Kahn se Portas for ministro dos Negócios Estrangeiros.

Estou indignado com a peixeirada? De forma alguma – estou deliciado. Mais do que a derrota socialista, encanta-me ver socialistas frustrados, zangados e com “incontinência verbal”. Só tenho pena que o Zézito disfarce a frustração e não apareça a lamber as feridas e a dizer coisas semelhantes. Seria o bouquet final da “era socrática”.

Estamos habituados a ver políticos de todos os quadrantes com mau perder; mas os políticos socialistas são mestres na matéria. Acho que pensam exercer o poder por direito divino. Como se a chegada ao poder do socialismo, ou daquilo a que chamam socialismo, fosse o fim de longo progresso evolutivo social, e natural, que atingiu com eles, finalmente, o clímax da perfeição. Toda a mudança é retrocesso injusto, contra naturam, e ao arrepio das leis de Darwin. Na realidade, os governos socialistas são governos dos mais aptos – é o fitness, caros amigos. Fitness! Isso mesmo! Mesmo das varinas investidas em funções políticas.

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