terça-feira, 14 de junho de 2011

KADAFI QUASE MADURO

.
Os dias de Kadafi como chefe de estado da Líbia aproximam-se do fim. Não porque algum daqueles que o cercam o vá trair, não porque ele vá desistir de ficar. Kadafi vai ser vítima do cansaço do povo, incluindo os que o rodeiam e até apoiam. Perguntam esses, muito justamente: Para quê isto? Precisamos de comida, de combustível, de paz. Se, para ter isso, é necessário que Kadafi vá, então que vá.
Tal estado de espírito colectivo liquida um regime. Ninguém é ferozmente hostil, mas ninguém está disponível para sacrifícios por uma causa em que não acredita. A polícia política continua activa em Tripoli e mantém o medo; mas a entrada de supetão dos combatentes rebeldes na capital seria bem-vinda e aplaudida. Chama-se a isso cair de maduro, como caiu a Segunda República em Portugal.  
Kadafi vive num mundo que não é este. Acredita em coisas confabuladas numa mente perturbada e tem delírios megalómanos. Ainda não percebeu que quando os rebeldes entrarem em Tripoli, nem os seus mais próximos vão dar um tiro, ou levantar um dedo, para o defender. Foi sempre assim na História. Marcelo Caetano bebeu desse cálice.
.

Sem comentários:

Enviar um comentário