segunda-feira, 6 de junho de 2011

O EVANGELHO DE JUDAS

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As imagens reproduzidas são de um papiro do Século II da era actual, encontrado no Egipto, de autor anónimo e chamado “Evangelho de Judas”. O texto vertido no documento é considerado apócrifo: só os Evangelhos de Marcos, Lucas, Mateus e João foram considerados autênticos e de inspiração divina pelo Cristianismo primitivo e incluídos no Novo Testamento da Bíblia, como é sabido. Mas o texto em causa tem tido alguma notoriedade nos estudos religiosos da última década e é objecto de muita discussão com teólogos, incluindo do Vaticano e da Religião Anglicana, sendo
inclusivamente considerado um dos mitos postos a circular por Dan Brown, autor do “Código de Da Vinci”.
Não conheço em pormenor o texto, mas sei que fala de coisas inesperadas. Que Judas era o discípulo preferido de Jesus e não o traiu. Terá entregado Jesus a pedido dele, que escolheu Judas por não acreditar serem os outros capazes de o fazer; outros considerados pelo revelador como pouco capazes, ou mesmo incapazes, de assimilar a sua mensagem. E Judas não terá tido nenhuma das motivações referidas nos Evangelhos de Marcos, Lucas e Mateus; apenas o desejo de obedecer ao mestre. E, também, que não se enforcou, como é oficial, mas terá sido apedrejado até à morte pelos outros discípulos. Coisas complicadas, mas que interessam a eruditos, e não só. Por isso, deixo aqui um link para o site da “EDGE”, onde se pode ver o vídeo e ler o texto de uma entrevista com Elaine Paigels, professora de Religião na Universidade de Princeton e autora de muita bibliografia sobre textos apócrifos e sobre o início do Cristianismo.
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