terça-feira, 14 de junho de 2011

REESTRUTURAR A DÍVIDA

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Fala certa esquerda em reestruturar a dívida colossal que nos deixou o Zézito. Que se passa com isso? Joaquim Miranda Sarmento, economista, explica em palavras simples.
O que é reestruturar? Uma de três coisas:
1. Corte no valor a reembolsar dos títulos da dívida (o ‘haircut'), ou seja, dizermos aos nossos credores "com o mesmo prazo, e o mesmo juro, no final em vez de serem reembolsados em 10, só vão receber 7";

2. Corte no valor dos juros, ou seja "com o mesmo prazo, e o mesmo reembolso, ao longo do tempo ao invés de receberem 5%, só recebem 3%";

3. Prolongamento na maturidade da dívida, ou seja, " os senhores recebem o mesmo juro e o mesmo reembolso, só que mais tarde, em vez de ser daqui a 5 anos, será daqui a 7".

E que consequências teria isso?

1. Reduziria o nível de poupança nacional, na parte da dívida detida por portugueses;

2. Mais grave, relativamente aos nacionais, seria o impacto brutal que a decisão teria nos rácios dos bancos. Como a nossa banca foi quem comprou, quase exclusivamente, em 2010, a dívida nacional, é possível assumir que nos seus balanços possam estar 15 a 20 mil milhões de euros de dívida pública portuguesa. Um corte de 30%, traria um nível de imparidades, que apenas a intervenção estatal permitiria não levar à falência uma boa parte do nosso sistema financeiro.

3. Mas a consequência mais gravosa de todas, seria atirar o nosso país para fora dos mercados, ou pelo menos, do mercado com um preço ainda acessível: emprestaria mais dinheiro a quem lhe está a dizer que não vai pagar na totalidade o empréstimo anterior?"

Para além claro, da questão moral: ninguém nos obrigou a pedir emprestado.

O texto é um trabalho de corte e colagem do artigo do economista. Não é um plágio, mas sim tentativa de simplificar ainda mais o problema - até ao infinito!
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