terça-feira, 7 de junho de 2011

VEM AÍ O ALBUQUERQUE!

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Sobre a individualidade  cuja estátua vemos neste pináculo, escreveu Oliveira Martins, na sua prosa fabulosa:

[...] ”Aquele homem que na epopeia portuguesa se levanta como herói, cuja estatura sobrepuja a de todos, passando por cima do nível dos mais altos em todo o mundo – Afonso de Albuquerque, verdadeiro génio que, na sua crueldade quase assíria, manifestava em grau eminentíssimo a conjunção extraordinária da inteligência que lhe revelava os desígnios de um império, e do carácter, que tinha nele ímpetos de grandeza leonina”. [...]

De que falava Martins ao referir a crueldade quase assíria de Albuquerque? Será do conhecimento geral, mas recordo este excerto retirado de um texto da Net:

[...] Os assírios eram um povo militar e comercial, simples em costumes, porém cruéis e ferozes com seus prisioneiros, queimando vivos os vencidos após uma sessão de mutilação.
Cortavam-lhe as mãos, pés, orelhas, faziam pirâmides com os  crânios. Um rei Assírio, numa das suas batalhas, levou 14 mil homens como prisioneiros de guerra. Por medida de precaução, para que não houvesse revoltas, deu ordem ao
exército que vazassem os olhos de todos os presos.
E
existe o relato de um rei que quando estava cercado pelos exércitos assírios, resolveu fazer um acordo com o monarca assírio tentando preservar a vida dos  súbditos. Consistia esse acordo em que ele se renderia desde que não houvesse derramamento de sangue.  O acordo foi cumprido por ambas as partes. Os assírios conquistaram o território do inimigo. E o inimigo... foi enterrado vivo! [...]

A respeito da crueldade de Albuquerque, diz Alves Ambrósio numa conferência publicada na “Revista Militar”, em Fevereiro deste ano: A violência dos portugueses – de Albuquerque – é para nós, hodiernos, de uma insuportável repugnância. Ainda hoje, no Golfo Pérsico, quando uma mãe quer meter medo a uma criancinha, lhe diz: “Vem aí o Albuquerque!”. Hodiernamente, repito, esta violência é, para todos nós, de uma insuportável repugnância – mas eu avisei: a História é uma alteridade.
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