Quando cheguei a Washington em 1981 para servir como conselheiro do Secretário do Comércio da Administração Reagan, os Estados Unidos tinham mais medo do Japão que a seguir a Pearl Harbor. O milagre económico japonês não era um acaso: resultava de programa perfeito de investimento, subsidiando indústrias estratégicas como a siderurgia, maquinaria, electrónica, química, automóvel, e construção naval e aeronáutica. O foco era posto nas exportações, limitando o consumo interno através de impostos e entraves ao crédito, e estimulando a poupança e o investimento.
O milagre económico japonês tornou-se modelo para outros tigres asiáticos como a Coreia do Sul, Malásia, Singapura, Taiwan, Tailândia e agora, o maior de todos, a China.
Com toda a sua retórica laissez-faire, a Administração Reagan lutou com fogo contra o fogo. Mas os números não mentem: o PIB japonês, na década de 90, chamada década perdida, cresceu só 0,2% menos que o americano, tendo em conta o aumento da população dos Estados Unidos. E o Japão ficou à frente em termos de crescimento per capita: a produtividade nipónica aumentou mais. É tempo de os Estados Unidos perceberem que nunca bateram o Japão – e é improvável ganhar à China, sem nova estratégia. Chavões ideológicos estafados não nos salvarão.
Condensado de um artigo de Clyde V. Prestowitz
Clyde V. Prestowitz é autor do livro “The Betrayal of American Prosperity: Free Market Delusions, America’s Decline, and How We Must Compete in the Post-Dollar Era”.
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010
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